Neste texto estarei apresentando uma modificação em um aparelho de som utilizado em motocicleta que tenho guardado na minha bagunça.
Quem acompanha o blog desde os primórdios, com certeza se lembra do texto em que utilizei o mesmo sistema para montar uma pequena caixa de som ultra "hi-tech".
A verdade é que o aparelho funciona muito bem, mas há muitas coisas que poderiam ter sido aprimoradas e melhoradas no produto e uma delas seria a implementação de um painel de controle externo e entrada de áudio P2.
Sobre o Aparelho
Se você nunca ouviu falar em som para motocicleta, te convido a conferir o produto por curiosidade, no entanto, meu interesse não é vender o mesmo e sim modificar o mesmo (o termo correto é gambiarra). Na imagem a seguir você pode conferir o modelo que tenho em mãos e que irei modificar.
Os aparelhinhos possuem algumas características interessantes que estão listadas a seguir:
➤ Alimentação de 12V;
➤ Potência de saída 20W (sendo duas saídas de 10W);
➤ Controle que funciona a aproximadamente 100m de distância;
➤ Leitor de cartão SD e Pen Drive;
➤ Corrente de Stand By de aproximadamente 0,01A.
➤ Controle que funciona a aproximadamente 100m de distância;
➤ Leitor de cartão SD e Pen Drive;
➤ Corrente de Stand By de aproximadamente 0,01A.
Essas características provavelmente não variam muito nos modelos, mas sempre confira o manual (escrito em Xinglês na maioria dos casos como diria o Rodrigo Feliciano do Pakéquis).
Na imagem a seguir temos a placa do pequeno amplificador.
Figura 2 - Vista Superior da Placa de Circuito. |
Tudo é feito de forma integrada neste aparelho, o que dá ao mesmo mobilidade para ser instalado em motocicletas (talvez até em uma bicicleta se esse for seu caso).
No fim das contas ele utiliza um CI amplificador da série TDA 7266SA. Um integrado para sintonia automática de FM, microprocessador e transmissor/receptor para o controle. Essa caixinha tem potência suficiente para alegrar o pessoal.
No fim das contas ele utiliza um CI amplificador da série TDA 7266SA. Um integrado para sintonia automática de FM, microprocessador e transmissor/receptor para o controle. Essa caixinha tem potência suficiente para alegrar o pessoal.
Modificando o Aparelho
Observando o circuito do aparelho, veremos que no próprio circuito há trilhas (pad's) que permitem a construção de um pequeno painel de controle externo, ou seja, botões para controlar o som sem precisar usar o controle remoto (excelente, já que a pilha do controle esgota sua capacidade muito rápido).
Em segundo lugar, vamos romper algumas trilhas e soldar um cabinho P2 de fone de ouvido, para amplificar o som direto de um aparelho celular ou similar. Para isso sacrificarei o rádio FM, ou seja, utilizarei as trilhas que vem da saída do CI de FM para entrada do TDA (gambiarra nível Macgyver). Na imagem a seguir podemos conferir o local das trilhas que foram rompidas.
Figura 3 - Vista Inferior da Placa Destacando as Trilhas Rompidas. |
Para identificar quais as trilhas devem ser cortadas, primeiramente devemos consultar o datasheet do TDA 7266SA. Através dele, identifica-se quais são os terminais de entrada do sinal a ser amplificado. Em seguida, com um multímetro na escala de teste de continuidade verifica-se quais são as trilhas que saem do microprocessador e do CI de FM (essa parte envolve muita paciência).
Depois de identificado quais são os terminais, basta romper as trilhas como fiz na Figura 3, ou onde achar melhor, mas tome muito cuidado para não romper a trilha errada e ganhar um serviço "extra". Não fotografei em especifico a trilha do CI de FM rompida, mas nas imagens seguintes destacarei este processo.
Em seguida, o próximo passo foi conectar os cabos do fone de ouvido de sucata às saídas do CI de FM, que vão direto para entrada de um pequeno filtro RC e depois são enviados para o TDA. Antes disso, devemos conhecer a conexão padrão de muitos fones de ouvido com microfone (que é o meu caso). A imagem a seguir obtida no Google Imagens mostra esta conexão.
Figura 4 - Pinos Padrão Para Conector P2 com Microfone. |
Figura 5 - Vista Superior do CI de FM e Conexão do Cabo P2. |
Em seguida, me encorajei a testar e verificar se tudo funcionava normalmente, e sim, a gambiarra atendeu ao esperado e funciona muito bem. Porém, temos uma única desvantagem, não temos como controlar o volume do som no aparelho e isto só pode ser realizado pelo celular que estiver conectado reproduzindo a música (não queria complicar construindo um pré-amplificador, mas pode ser interessante).
Como a primeira parte funcionou muito bem, prossegui com a série de gambiarras. A segunda parte se trata justamente de algo que notei ao desmontar vários destes aparelhos. Eles possuem alguns pad's sem uso e incrivelmente em um dos amplificadores que não estavam escrito em Xinglês notei as indicações que estão na imagem a seguir.
Figura 6 - Pad's com Terminais Para Controle do Aparelho. |
Como pode ser observado pela Figura 6, há um pequeno fio soldado no ponto GND e através dele fui tocando cada um dos outros terminais para testar se realmente funcionava. Depois de tudo testado e verificado que funcionava, decidi montar uma pequena plaquinha para poder comandar o aparelho sem uso do controle remoto.
Utilizando uma caneta retroprojetor montei este pequeno layout em uma placa de fenolite.
Figura 7 - Layout de Circuito Elaborado a Mão Livre. |
Figura 8 - Resultado da Corrosão e Perfuração. |
Figura 9 - Placa Final com Botões Push-Button. |
Figura 10 - Resultado Final da Montagem. |
Como o propósito de alguns dos projetos que trago aqui no blog é aproveitar o máximo de peças e componentes que seriam descartados, a montagem realizada atendeu minhas expectativas. Reaproveitei um antigo aparelho de som de motocicleta que estava jogado, um conjunto de botões que eram de um antigo aparelho de sucata e um cabo de fone de ouvido que quase foi pro lixo (escapou por pouco!). Você deve ter notado a diferença de cores das carcaças da Figura 1 e Figura 6, não é mesmo? Bom, são dois aparelhos de som. Como comentei, tenho vários jogados por aqui e que nem funcionam e a principio o aparelho laranja seria o candidato para a modificação, mas resolvi utilizar o rosa e guardar o laranja para um projeto futuro.
Espero que tenham gostado desta minha aventura na modificação de um aparelho de som para motocicletas. Se tiver qualquer dúvida na modificação ou sugestões para esta montagem, deixe aí nos comentários que responderei.
Se puderem me ajudar, compartilhando este texto com seus amigos ou curtindo nossa página no Facebook fico muito grato.
Obrigado por ler meu texto e até o próximo!
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